Na Mídia

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IBahia 19.04.2023

Cinco pessoas e mostras indígenas que você precisa conhecer

Nesta quarta-feira (19) é comemorado o Dia do Indígena. Sabemos que existe uma diversidade de povos indígenas no Brasil e na Bahia, e que eles são os verdadeiros povos originários dessa terra continental brasileira.

(…)

1) Olinda Yawar Muniz Wanderley (Pataxó Hã Hã Hãe/BA)

Jornalista, cineasta e produtora audiovisual, tendo como fio condutor as mulheres indígenas cineastas e produtoras de audiovisual.

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Brasil de Fato 30.11.2022

PRIMEIRO DO BRASIL, FESTIVAL DE CINEMA INDÍGENA INICIA PROGRAMAÇÃO NESTA SEXTA-FEIRA (2)

Uma das curadoras do Festival é Olinda Tupinambá, que dentre outras curadorias, já participou do Cine Kurumin, Mostra Paraguaçu de Cinema Indígena e Mostra Amotara, que também foi produtora. Olinda exprime satisfação em fazer parte da curadoria, pois acredita que é uma oportunidade de conhecer novos diretores, suas estéticas e comunidades.

“É muito importante ver indígenas se apropriando da ferramenta do cinema para visibilizar nossas lutas e trazer o olhar único de cada povo. Também é sempre muito legal discutir esses filmes com as curadoras, partilhar nossas experiências e analisar a importância dos diversos temas apresentados”, diz. 

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Brasil de Fato 23.11.2022

Exposição em Salvador reúne obras de artistas indígenas renomados de diversas regiões do país

Uma das artistas expositoras, Olinda Yawar Tupinambá, afirma que a exposição é um marco para visibilidade dos artistas indígenas em terras baianas.

“A ocupação simbólica desses espaços representa um recontar da história através dos indígenas. Eu acredito que esse trabalho é um pontapé inicial pra gente mostrar para o estado da Bahia a importância dos povos indígenas, a presença dos povos indígenas na Bahia e que nós estamos produzindo, que somos contemporâneos. Nós estamos aqui”, acrescenta.

Para Olinda, essa é uma oportunidade de iniciar uma discussão sobre qual a importância que a arte tem para o estado, para a população, e também sobre a diversidade de artistas que estão construindo esse cenário atual na Bahia.

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G1 Bahia 04.11.2022

Veja obras de artistas da exposição que discute arte indígena antirracista em Salvador

O evento Re-Ocupação de Arte Indígena Antirracista traz uma exposição no Museu de Arte Sacra, em Salvador até 3 de dezembro. Nesta sexta-feira (4), no local, haverá debates entre artistas renomados como Ziel Karapotó, Juliana Xukuru, Arissana Pataxó, Glicéria Tupinambá, Graciela Guarani, Olinda Yawar e Yacunã Tuxá.

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Correio 02.11.2022

Evento discute arte indígena antirracista em Salvador

Salvador recebe, nos dias 3 e 4 de novembro, a Re-Ocupação de Arte Indígena Antirracista. O evento contará com encontros, debates, além da maior exposição de arte indígena feita na Bahia e uma das maiores do Brasil. O objetivo é dar visibilidade à arte indígena e à dimensão antirracista trabalhada por um grupo de artistas indígenas. As atividades serão realizadas em locais como Museu de Arte Sacra, Sala de Arte Cinema do Museu Geológico, Biblioteca Central da UFBA e Academia de Letras da Bahia. 

Entre os artistas indígenas que participarão do projeto, estão Arissana Pataxó, Gliceria Tupinambá, Graciela Guarani, Olinda Yawar, Paulinho Paiacã, Denilson Baniwa, Gustavo Caboco e Nairi Terena Juliana Xukuru e Ziel Karapotó.

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G1 Bahia 02.11.2022

Evento com exposições, debates e mostra de cinema discute arte indígena antirracista em Salvador

O evento vai contar com trabalhos com potências fortíssimas de artistas indígenas consagrados como Arissana Pataxó, Gliceria Tupinambá, Graciela Guarani, Olinda Yawar, Paulinho Paiacã, Denilson Baniwa, Gustavo Caboco e Nairi Terena Juliana Xukuru e Ziel Karapotó.

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Nós 26.08.2022

Xondaro Oz Guarani conversa com a artista e cineasta Yawar Tupinambá

efferson Xondaro, rapper e educador indígena, conversa com a jornalista e cineasta Olinda Yawar Tupinambá, sobre a presença da tecnologia na produção de suas obras. As entrevistas fazem parte do projeto “Rotas Indígenas Brasileiras – Arte em Tempo Presente”, realizado pela Vivo em parceria com a SP-Arte, com curadoria do artista Denilson Baniwa. As entrevistas fazem parte do projeto “Rotas Indígenas Brasileiras – Arte em Tempo Presente”, realizado pela Vivo em parceria com a SP-Arte, com curadoria do artista Denilson Baniwa. #RotasIndigenasBrasileiras Perfis Relacionados: @sp_arte @olinda_yawar_wanderley @deba.tacana

Assista ao vídeo da entrevista clicando aqui


Nós 29.08.2022

“Mostrar nossa cultura é lutar por nossos direitos”, diz indígena na SP-Arte

(Parte da série de entrevistas em vídeo realizadas na SP-Arte)

Chegou ao fim neste domingo, 28, a 18ª edição da SP-Arte. Com o tema “Rotas Brasileiras”, o evento tinha como objetivo levar ao público produções de todo o país, com destaque especial para arte produzida por indígenas. Jaxuka, educadora indígena da etnia Guarani Mbya, que vive no Pico do Jaraguá, em São Paulo, contou que a sua participação, assim como de outras pessoas da comunidade, foi uma iniciativa inédita e importante. 

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Revista Gama 25.08.2022

A ARTE INDÍGENA CONTEMPORÂNEA NA SP-ARTE

Gama, Yawar conta da importância deste espaço para trabalhos de artistas indígenas, e reitera, frente aos diferentes perfis de artistas em cartaz, como não há uma única arte indígena. “Tem rapper, performer, pintor, ceramista. Essa oportunidade faz com que as pessoas vejam quem são os indígenas contemporâneos, e quebra com a visão estereotipada dos indígenas no meio da mata, nus”, diz. “Vivemos em vários contextos, em cidades, comunidades, periferias. Por meio da arte, fazemos um trabalho de educação mesmo, para que as pessoas entendam isso.”

Em um espaço imersivo, denominado Aity (que significa “ninho”, em nheengatu, derivado do antigo tupinambá), são exibidas obras que discutem sobre preconceito, território, apagamento cultural, violência simbólica e física – tudo por uma perspectiva atual. A ideia é refletir sobre o ponto de intersecção entre arte indígena e tecnologia, um questionamento já levantado por uma produção audiovisual, lançada também pela Vivo no Dia Internacional dos Povos Indígenas. Nela, partindo da provocação do escritor Daniel Munduruku, “Não existem índios no Brasil, existem indígenas”, artistas de povos originários se expressam por meio de suportes e recursos tecnológicos, uma tentativa de ampliar o imaginário em torno deles.

Para Olinda Yawar, o interesse na arte desses povos vem crescendo – “Os dois últimos anos foram os que mais trabalhei”, afirma –, e que “todo mundo sai ganhando com isso”. “Os ocidentais também precisam ver essas outras realidades, e contadas por nós, por quem vive e experiencia, contadas pelos próprios indígenas.” Além da programação da Vivo, obras de Aislan Pankararu, Jaider Esbell e Gustavo Caboco estão entre os destaques nas exposições da SP-Arte.

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Brasil de Fato 06.06.2022

Ouça aqui o trecho da entrevista no programa.

PROGRAMA #34 TROUXE ENTRE OS DESTAQUES ENTREVISTA SOBRE MEIO AMBIENTE

O programa de rádio do Brasil de Fato Bahia edição #34, foi ao ar no último domingo (05), teve como destaque a entrevista sobre meio ambiente com Olinda Yawar Tupinambá, do povo Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe, jornalista e ambientalista. Dentre outras notícias

Você pode ouvir o programa completo no site do Brasil de Fato Bahia ou no Spotify.


Brasil de Fato 06.06.2022

Cineasta indígena diz que saída para mudanças climáticas é estar em harmonia com a natureza

Nós conversamos sobre isso com Olinda Yawar Tupinambá, indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe, jornalista, documentarista, cineasta, artista e ambientalista.

Olinda, você poderia nos trazer, em linhas gerais, um panorama da situação ambiental aqui na Bahia?

Eu acho que a situação ambiental aqui na Bahia não é diferente de outros lugares do Brasil. A gente tem visto que a Mata Atlântica, um dos biomas aqui da Bahia, está sendo bastante destruído e devastado. Depois que esse novo governo [federal] entrou, aqui na minha região, por exemplo, a gente começou a ver muito desmatamento, mais do que havia antes.

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Brasil de Fato 06.06.2022

Qual o papel da luta dos povos indígenas e originários na preservação do meio ambiente?

No dia 05 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Um tema central e cada vez mais urgente para toda a humanidade. A cada ano que passa, as mudanças climáticas se agravam e põem em risco a vida de mais pessoas, como as chuvas deste mês de maio que atingiram várias cidades de Pernambuco. Na tentativa de diminuir os impactos danosos da ação humana na natureza, a luta dos povos indígenas e originários tem papel importante. Nós conversamos sobre isso com Olinda Yawar Tupinambá, indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe, jornalista, documentarista, cineasta, artista e ambientalista.

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Folha de São Paulo

Cancelado, terror com curupira estreia e inflama debate sobre folclorização
Presença de figuras como anhangá, saci e iara em filmes e séries enfrenta acusações de apropriação cultural contra indígenas

O problema é o próprio termo folclore, que surge de visões coloniais, a de Anchieta entre elas, sobre as crenças e o modo de vida dos povos originários. É o que diz Olinda Yawar Tupinambá, jornalista por formação e cineasta por vocação, que dirigiu “Kaapora – O Chamado das Matas”

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Apremavi

Olinda Yawar e o cuidado com a terra | Mulheres que Restauram

Olinda Yawar mora na Terra Indígena (TI) Caramuru – Paraguaçu, localizada na região Sul da Bahia. “Essa é uma região da Mata Atlântica, mas tem sofrido muito com as mudanças climáticas. A precipitação de chuva que antigamente era muito mais intensa, agora está cada vez mais escassa”, observa Olinda que, em 2016, junto com o marido, Samuel Wanderley, e apoio dos caciques e anciãos da comunidade, criou o Projeto Kaapora.

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Pressenza

“O marco temporal atinge nosso direito à vida”

21.10.21 – Bahía, Brasil – Verbena Córdula

Tupinambá da Terra Indígena Tupinambá de Olivença/Ba e também Pataxó Hãhãhãe, da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu do Sul da Bahia, onde mora, Olinda Yawar Wanderley diz que o marco temporal – ação que está no Supremo Tribunal Federal (STF) que defende que povos indígenas só podem reivindicar terras onde já estavam no dia 5 de outubro de 1988 – é mais uma tentativa do homem branco de usurpar os Territórios indígenas. De acordo com essa jovem indígena, que, além de jornalista é documentarista e cineasta, por ser um “braço do capitalismo”, o agronegócio precisa ocupar territórios que tenham recursos naturais para explorar e continuar aumentando fortunas. Nesta entrevista a Pressenza, Olinda Yawar ressalta, no entanto, que os Povos Indígenas estão unidos, se articulando e lutando para barrar mais esse ataque às suas existências

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IG Delas

Falta de conhecimento das pessoas sobre as mulheres indígena

Essa exclusão política, social e econômica das mulheres indígenas contribui para uma situação permanente da discriminação. Olinda Muniz Wanderley, formada em Comunicação Social, cineasta e ativista ambiental, da etnia Tupinambá e Pataxó Hã-hã-hãe, e Renata Machado, jornalista, produtora e roteirista, também do povo Tupinambá, relatam ao Delas  as dificuldades enfrentadas para a ascensão profissional, derivado do ainda existente racismo estrutural, além do fato de serem mulheres

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Pressenza

Lutas cotidianas e visões de mundo no cinema feito por mulheres indígenas

Conforme a jornalista, cineasta e uma das idealizadoras da Mostra, Olinda Wanderley, a sociedade de um modo geral tem seu próprio conceito do que é cinema, normalmente baseado nas visões eurocêntricas; e as mulheres indígenas têm essa sede de mostrar suas lutas cotidianas e suas visões de mundo através do audiovisual. Ela diz que os povos indígenas costumam ser invisibilizados, ignorados pela mídia hegemônica e que os indígenas começaram a perceber que somente seriam representados caso eles mesmos começasse a fazer audiovisual. “A gente sente muito o fato de nunca ter tido espaço na mídia, ainda que a nsosa luta seja comum à todos – a relação com a terra. Quando a gente é mostrado é sempre como invadores de terra”, reclama.

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Mongabay

Mostra indígena em SP quer denunciar crimes contra a floresta através da arte

‘Véxoa: Nós sabemos’ é a primeira exposição de arte indígena na Pinacoteca

E é essa luta pelo território Pataxó que a jornalista e documentarista Olinda Yawar conta no filme Kaapora — O chamado das matas, que estreia na exposição Véxoa e também no Vancouver Latin American Film Festival. O filme aborda a ligação dos povos indígenas com a terra por meio da espiritualidade, ela diz, destacando a relação direta da obra com seu trabalho como ativista ambiental. “Eu tenho um projeto na comunidade que se chama Kaapora e trabalha com educação ambiental, desenvolvimento sustentável e recuperação de áreas degradadas. Então, resolvi fazer esse filme falando da Kaapora, entidade que na cosmovisão indígena é protetora das matas e dos animais”.

Olinda, que também tem sangue Tupinambá, espera que o filme seja uma forma de alerta para as ameaças que pairam não só sobre seu território como sobre todas as terras indígenas do Brasil. Uma delas são as mudanças climáticas: “A gente percebe que o clima está influenciando muito a questão da sobrevivência porque às vezes você planta e não nasce aquilo que você plantou. A chuva não está vindo no período certo.” Outra preocupação é de âmbito político: “Nós, povos indígenas, estamos perdendo um monte de direitos que já tínhamos conquistado. Agora mesmo temos o Marco Temporal que vai ser julgado.”

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UOL – Notícias da Floresta

Mostra na Pinacoteca usa a arte para denunciar crimes contra indígenas

Olinda Muniz lembra que no Brasil vivem mais de 300 etnias indígenas e que cada uma delas viveu diferentes processos históricos. “Temos mais de 520 anos de contato, a cultura muda e os povos indígenas têm acompanhado essa mudança e eu acho importante mostrar um pouco disso, mostrar que os povos indígenas têm arte, têm cultura”

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DW

Brazil’s indigenous communities resist Bolsonaro

Muniz and her husband Samuel Wanderley, both of the Pataxó Hã-Hã-Hãe ethnic group, founded the Kaapora project in the Caramuru Paraguaçu indigenous territory in the Brazlian state of Bahia. They are restoring grazing land back to forest, protecting remaining trees and growing new ones, so the land can once more be a refuge for wildlife.

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Secult Bahia

Calendário das Artes premia documentário sobre mulheres indígenas

Em sua 4ª edição, o Calendário das Artes 2017, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb/SecultBA), selecionou 35 propostas de produções artísticas nas áreas de Artes Visuais, Circo, Dança, Audiovisual, Música, Literatura, Teatro e artes integradas. Uma das propostas selecionadas foi o documentário intitulado de “Mulheres que Alimentam”, de Olinda Muniz Wanderley, cineasta natural de Pau Brasil, Litoral Sul da Bahia.

Olinda, também conhecida pelo seu nome indígena Yawar (significa Onça em português), é do povo Pataxó Hãhãhãe, da Tribo Caramuru-Paraguaçu do Sul da Bahia. O seu projeto audiovisual busca dar visibilidade às mulheres indígenas e mostra a importância das mesmas perante a comunidade, trazendo vivências diárias como o planejamento da vida na aldeia, conquista de território e o sustento desse grupo.

De acordo com Olinda, a questão da mulher como provedora, em vários sentidos, é o núcleo do documentário: “percebi que depois que conquistamos o território de volta, muitas mulheres voltaram a plantar e produzir parte de seu alimento. Algumas delas começaram a compartilhar sementes de suas plantações com outras, ajudando dessa forma a garantir a subsistência de suas famílias através da agricultura familiar e de pequenas criações de gado”.

Ela continua: “o documentário será um das ferramentas que ajudará a combater o machismo que permeia a vida de muitas mulheres da comunidade, lhes conferindo mais empoderamento”, explica a cineasta, que também é jornalista e documentarista.

Premiação – As gravações do documentário já começaram. As atividades foram iniciadas com entrevistas de personagens da comunidade indígena, “inclusive com a única Cacica atualmente no poder, Ilza Rodrigues”, destaca Olinda. As gravações seguem até março do ano que vem, quando o filme será enviado para registro e aguardará o certificado de produto brasileiro da Agência Nacional de Cinema (ANCINE) para que seja lançado.

“Os povos indígenas do nordeste sempre tiveram sua imagem estigmatizada pela grande mídia, que desqualifica e estigmatiza. O documentário pretende mostrar o quanto somos resistentes, mostrar para a sociedade nacional um pouco da vida dessas mulheres ajudando a modificar a idéia de que índio é apenas aquele que vive isolado em ‘reservas florestais’, nu e sem acesso a nada de tecnologia eletrônica”, finaliza a premiada.

Sobre o Calendário das Artes, a premiada ressalta que o edital “facilita o acesso a recurso financeiro por grupos sociais que são esquecidos, permitindo que as comunidades e pessoas, principalmente do interior da Bahia, possam promover a cultura valorizando a identidade de cada lugar”.

A Diretora das Artes da Funceb, Lia Silveira, destaca que “a parte mais importante do Calendário das Artes é ele ser um prêmio territorializado em que os projetos de cada Macroterritório concorrem apenas entre si. Isso torna o edital mais equitativo e atende à população que tem menos acesso a bens e produtos culturais”.

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Notícias ISA

Publicado originalmente na Rádio Yandê

Documentário sobre líder indígena mostra luta do Povo Pataxó Hã hã hãe na retomada de suas terras

O documentário “RETOMAR PARA EXISTIR: A história do Cacique Nailton Pataxó” foi dirigido pela jornalista indígena Olinda Muniz Silva Wanderley, de 26 anos,Yawar, nascida na Bahia e atuante ativista na luta pelos direitos indígenas. Em Março de 2008 ela fez parte da campanha realizada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia, com depoimentos de diferentes mulheres.

Lançado para o público no início deste ano, ele revela a importante trajetória de luta e resistência do Cacique Nailton Muniz, do Povo Pataxó Hã hã hãe ,de origem também Tupinambá e respeitado pelo movimento indígena em todo o país. Sua história é marcada pela reconquista da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu em Pau Brasil na Bahia e as dificuldades na infância, mas principalmente pela superação de seu povo por meio da retomada de suas terras tradicionais.

O protagonismo do Cacique Nailton, se tornou mais que um exemplo para lideranças indígenas, com sua personalidade forte e sagacidade ele inspira diferentes gerações. Depoimentos de testemunhas da sua atuação política indígena e parentes, além de reportagens realizadas por empresas de mídia, mostram momentos de sua vida.

Os indígenas Pataxó Hã hã hãe sempre foram alvo de reportagens preconceituosas da grande mídia durante o processo de retomada das terras, acusados de invadir propriedades e sem espaço de resposta para expor sua versão dos fatos noticiados na televisão ou mídia impressa. Um povo que apesar do sofrimento sempre superou os desafios com autonomia e estratégia.

Rádio Yandê – Quando você decidiu realizar um documentário sobre a história do líder indígena Cacique Nailton Muniz e quais os pedaços mais marcantes da trajetória de vida e luta dele?

Olinda: Quando eu percebi que a história de meu povo precisava ser retratada de um novo ângulo, sobretudo de um ponto de vista endógeno, que mostre a forma como nós mesmos nos enxergamos e vemos nossa própria história. O cacique Nailton é um dos líderes do nosso povo é um líder ainda vivo e um dos que mais ativamente participou de nossa luta, assim sua história se confunde intensamente com a história de nosso próprio povo.

Rádio Yandê – Por que RETOMAR PARA EXISTIR ?

Olinda: Porque essa é a realidade de boa parte dos Povos Indígenas do Brasil, nós temos nossos direitos constantemente ameaçados de usurpação, e o principal deles é a terra, e esse direito é o mais fundamental de todos em razão de nosso vínculo cultural e identitário com nossas terras. Grande parte dos Povos Indígena do Brasil sequer tem garantido esse direito e vivem em situação de extremo conflito, como os Guarany

Rádio Yandê – Como é ser jornalista indígena no Brasil ? Você sofreu algum preconceito na universidade e qual foi seu maior desafio ao escolher essa profissão ?

Olinda: Enquanto profissional formada isso ainda é um campo novo para mim, apesar de já ter muito feito esse papel ao externar para o público da sociedade nacional a realidade que nosso povo estava vivendo nas retomadas, principalmente para combater o trabalho negativo feito pelas empresas de mídia. E mesmo antes disso, ainda fiz alguns trabalhos publicados pela ONG Thydêwá, todos com a mesma ótica que procurei imprimir neste documentário, ou seja, uma perspectiva mais interna e positiva a respeito do meu povo, de nossa história. Sendo assim, como sempre lidava com “mídias alternativas” acredito que eu tenha sido uma indígena jornalista sem que isto tenha demandado de mim maiores esforços que não o de estudar. Mas tenho consciência que se fosse trabalhar nas empresas da mídia tradicional a situação seria completamente divergente.

A escolha da profissão foi uma escolha natural já que lhe dava com trabalhos dessa natureza antes de escolher essa profissão. Na minha faculdade não sofri qualquer tipo de preconceito, a exceção da já conhecida visão estereotipada do indígena, mas que sempre foi facilmente contornada. Ao contrario de uma posição verdadeiramente “preconceituosa” minha faculdade, tantos os alunos como os professores e direção sempre me deram muito espaço e voz, tendo inclusive valorizado o fato deu ser Indígena e procurado aprender comigo sobre a realidade de nossos povos.

Rádio Yandê – Qual sua opinião sobre as reportagens preconceituosas realizadas por algumas empresas de mídia ?

Olinda: Algumas não, quase todas. As empresas de mídia servem a um proposito muito claro que é defender o status quo, o Estado de uma sociedade capitalista e suas empresas, sua elite, que veem a todos os que não os servem aos seus objetivos, como empecilho ao seu desenvolvimentismo, ao seu uso predatório dos recursos planetários, então tratam os Povos Indígenas por essa ótica, procurando justificar seu extermínio.

Rádio Yandê – Indígenas da comunidade foram assassinados e torturados de forma brutal por não indígenas na luta pela reconquista das terras. Você ou sua família já presenciaram alguma situação de conflito ?

Olinda: Sim, muitos indígenas já foram assassinados e mesmo torturados em minha comunidade, mas isso sempre foi motivo para nos unir ainda mais em torno de nossos objetivos comuns, nos tornar ainda mais aguerridos e no final sempre deu ainda mais força a nossa luta. Como bem disse o cacique Nailton
“Vamos morrer lutando, mas vamos sempre brigar por aquilo que é nosso”, e os que morreram, morreram assim lutando por aquilo que é nosso. Pessoalmente já presenciei muitas situações de conflito, fui obrigada a estudar alguns anos fora em razão disto, mas assim como para os outros, foi razão deu brigar ainda mais e hoje estou aqui dando continuidade ao que sempre me engajei.

Rádio Yandê – Quais diferenças nos documentários realizados por indígenas sobre a questão indígena dos que não são feitos por indígenas ? Qual a importância do registro da história oral sob uma ótica indígena ? Como foi seu processo de produção do documentário e seleção das entrevistas ?

Olinda: A grande diferença está na visão endógena dos indígenas, normalmente nosso recorte da realidade tem mais a ver com a forma como nos enxergamos. A importância disto está em registrar a nós mesmos dessa forma. O documentário que fiz já parte do conhecimento de uma realidade que eu já dominava, algo sobre o qual eu mesma participava e tinha sociedade. Em meu texto que acompanhou o documentário entregue como requisito para conclusão de curso citei Malinowsk e seu método de observação participante justamente por considerar que só podemos tratar daquilo que conhecemos bem, e entendo que a melhor forma é de uma perspectiva própria daqueles que estão envolvidos, sobretudo em um documentário. Baseada nisto, escolhi as pessoas que eu já sabia de antemão que dominam aquilo que eu gostaria de retratar, assim, dei voz a estas pessoas e usei os recortes que melhor retratavam a história que procurei evidenciar, registrar e dar visibilidade.

Rádio Yandê – O número de universitários indígenas cresce todos os dias. Como é para você ajudar seu povo com o que você aprendeu na universidade e a importância do acadêmico possuir consciência que os conhecimentos adquiridos não são apenas para a vida profissional mas também úteis para fortalecer suas comunidades ?

Olinda: Entendo que todo conhecimento é social e deva ser devolvido à sociedade da melhor forma, também tenho consciência que nossas relações são politicas e que a forma como os conhecimentos são usados também é tratada politicamente, então entendo que de um ponto de vista ético é uma especie de obrigação daquele que estuda devolver esse conhecimento de uma forma correta para suas comunidades e não servindo aos interesses de corporações.

Rádio Yandê – Qual mensagem você gostaria de deixar para outros comunicadores e documentaristas indígenas ?

Olinda: Que documentem e retratem seu povo de seus próprios pontos de vista, evitando se contaminar em excesso com as visões externas, mesmo entendendo que nosso trabalho deva ser acessível à todos os que os irão assistir, ler, enfim, ter acesso. Que sejamos nós mesmos, e não abrirmos mão de nossa identidade e modo de ser para simplesmente agradar ao outro, não aparecer ao outro como o outro gostaria de nos ver. Por muito tempo já fomos retratados de forma que não nos reconhecíamos, o papel dos comunicadores indígenas é retratar suas comunidades de forma que nos reconheçamos nestes trabalhos.

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